Não, este texto não é meu. Eu nem queria que ele fosse amante das letras e da escrita, pra não correr a tentação de querer ser jornalista - este ofício do qual sofremos tantas mazelas. Como toda mãe, prefiro que seja engenheiro, cientista, médico. Mas enfim, leva jeito....
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Meu
mundo desabara desde a proibição do uso de sacolinhas plásticas em São Paulo,
no começo deste ano.
O
pânico havia sido antecipado desde que a proibição era uma mera proposta. Meu
estoque de saquinhos biodegradáveis foi triplicado devido à iminente crise que
estava por vir; não me culpo por “roubar” tantas sacolinhas do mercado, pois,
afinal estavam “de graça”.
Mas
nem minha inigualável coleção resistiu aos tempos difíceis que se sucederam.
Acostumara-me desde pequeno a utilizar as sacolinhas para tudo, desde sacos de
lixo a verdadeiras embalagens para guardar o gelo que resfriava meus
machucados.
Sentindo
fortemente a crise do abastecimento de sacolinhas plásticas, entrei em profunda
melancolia: o mundo não era mais o mesmo e, desorientado, já não sabia como
resolver meus problemas mais simples como, por exemplo, o que eu teria de usar
para recolher as fezes de meu cachorro na rua.
Por
sorte, ou ironia, minhas angústias foram embora quando, pela noite, abri o
jornal e nas manchetes encontrei um feixe de luz em minhas trevas. A juíza que
interrompera a distribuição das aclamadas sacolinhas as permitira novamente,
por apenas um mês, mas por tempo suficiente para eu criar um novo estoque
para a vida, já que nem a ciência, até agora, conseguiu resolver o meu
problema.
Patrick
Nasser
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